sexta-feira, 17 de julho de 2009

Os Arianos no Yoga e na Vida



Por Nello Baia Jr. e Ana Cláudia Dutra

Alguns supõem o Yoga como um campo único que segue a lógica do seu raciocínio, do seu querer e poder – o “Yoga para si” deve ser necessariamente o “Yoga para o outro”, então meu Yoga é melhor que o seu. Esquecem da universalidade do Yoga.
Então meu Guru, meu Mestre é melhor que o seu, quanto mais se ele for importado da Índia e onde já se viu um Mestre do Yoga que não seja da Índia ou no máximo alguém que seja pelo menos descendente direto na linhagem de um Guru indiano?
“Meu método é o melhor e outros métodos simplesmente são. Não permitiremos questionamentos, quanto mais críticas ou comentários que não sejam de aquiescência ao nosso método, a nossa escola, a nossa associação...” e por aí adiante. Tudo passa pelo crivo e pela análise dos membros da confederação, da federação, da aliança, da associação, que se consideram a verdadeira. As outras o que são?
Dizem ainda: “É necessária nossa aprovação prévia de quem pode e quer ser professor, ou curso, ou publicação. Pois temos o senso do que é correto no Yoga.” Interpretam as escrituras de acordo com seus mestres com palavras profundas, porém na prática não reconhecem quão limitadas são suas visões e julgamentos pessoais.
Reconhecer que inconscientemente trazemos o arquétipo dos arianos, que no seu aspecto sombrio buscaram o purismo de raça e que coincidentemente na sua invasão a região do Indo ,dentro da historicidade dos fatos foram os iniciantes da possibilidade das castas na índia antiga e que se perpetua, a contragosto de muitos, até a hoje. É perceber que mesmo atingindo uma visão da sabedoria do Self, temos que estar atentos a nossa própria sombra, que geralmente não conseguimos ver, mas a projetamos nos outros.
Por isso temos que estar atentos para não dividir também o yoga e julgar a experiência e o conhecimento de outros que buscam esta senda, de acordo com os critérios da nossa aprovação ou desaprovação do que é bom para o Yoga ou não, melhor dizendo: o que é bom para nós ou não.
Isto é o que pretendemos do Yoga? Moldá-lo ao nosso sabor egoísta como mais um produto de consumo para o sofrimento da humanidade?
Não! Com certeza o Yoga não é isto!
O Yoga é infinitamente livre, único, indivisível e indestrutível estando mesmo além de nós pobres mortais.
No Yoga não há melhor ou pior. No Yoga há! Todos somos iguais perante o Yoga supremo, que é um estado de unificação com o espírito Universal.
Não há melhor método, professor, escola afora os nossos critérios puramente pessoais ou no máximo grupais que “acham”. Os caminhos são infinitos que levam ao despertar da Sabedoria e do Amor.
O yoga não se mede com nenhum parâmetro afora o do pleno Amor.
Yoga é tolerância, respeito... aceitação.
Yoga não se enquadra num processo fascista que imobiliza as pessoas num quadro estático, normótico e aceitável.
Yoga não é só ásana, ou quem faz a melhor ásana (postura) ou quem ensina da melhor forma tal ásana. Yoga está além das ásanas. Yoga é uma experiência real quando respeitamos as diferenças, quando não criamos desavenças , políticas dos homens, interesses mesquinhos.
Como avaliar o aluno ou o professor pela ásana que faz ou pelo que fala e por vezes não faz. Como avaliar a Meditação de alguém, qual é o melhor ou pior, quem esta abaixo ou está acima.
A humanidade sempre dividiu entre puristas como Hitler, Napoleão, Mussolini entre tantos outros e os Puros como Gandhi, Jesus, Buda, Mandela entre tantos outros. Os puristas são provisórios, os puros são eternos. Sigamos pois as pegadas dos puros de coração e então estaremos no caminho correto.
Façamos então silenciosamente nosso Yoga sem alardes ou alaridos. Sigamos nossa sadhana cumprindo nosso Dharma, porque “os cães ladram enquanto a caravana passa”.
Trilhemos, pois pelo caminho da Democracia de um Yoga para todos independente de credo, raça, riqueza ou pobreza.
Façamos do Yoga e da nossa vida um meio de ajuda ao próximo na prestação de serviço para isto que fomos colocados neste plano, chamado Terra e então seremos homens mais felizes e plenos.

Nello Baia Junior e Ana Cláudia Dutra
A palavra ariano, ao referir-se a um grupo étnico, tem várias significações. Refere-se, mais especificamente, ao subgrupo dos indo-europeus, que se estabeleceu no planalto iraniano desde o final do terceiro milénio a.C. e que povoou a Península da Índia por volta de 1500 a. C., vindo do norte, pelo Punjabe, disseminando-se pela Índia, Pérsia e regiões adjacentes. Estes são também chamados de árias. A sua cultura ficou particularmente expressa nos Vedas e, principalmente, no Rig Veda, considerado como o mais antigo. Por extensão, a designação "arianos" (não o termo "árias") passou a referir-se a vários povos originários das estepes da Ásia Central - os Indo-europeus - que se espalharam pela Europa e pelas regiões já referidas, a partir do final do neolítico. O termo designa ainda os descendentes dos indo-europeus que fundaram a civilização indiana, subjugando as populações locais, dando origem ao sistema de castas e, mais especificamente, às castas dominantes dos Brâmanes, xátrias e vaixás.
(extraído do wickipédia)

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