domingo, 28 de junho de 2009

Aula Aberta de Meditação

AULA ABERTA DE MEDITAÇÃO

Sábado, 11 de Julho de 2009 das 9h30 ás 11h30

Programação:
9:30 Harmonização com o Mantra OM
9: 45 Orientações para a prática da Concentração na Respiração (Anapanassati) e da Meditação Andando
10:00 Prática
10:30 Feedback – Comentários sobre a prática
11:00 Encerramento com Kirtans
ESPAÇO CLARA LUZ
Rua Coronel Linhares, 452, Meireles - Fortaleza - Ceará - 85 3224.9832 –
www.claraluz.pro.br
yoga@claraluz.pro.br
FACILITADORES: Nello Baia Júnior e Ana Cláudia Dutra
www.anaenello.org
ananello@terra.com.br

domingo, 7 de junho de 2009

Budismo:Uma Religião sem Deus?

BUDISMO: UMA RELIGIÃO SEM DEUS?


Buda não é Deus segundo a concepção do Budismo. Buda significa “aquele que despertou de um sono profundo”.Buda é um estado de Ser.Todos nós somos Buda, apenas estamos adormecidos deste estado.
Os budistas são acusados de ateísmo, na realidade não pronunciam a palavra Deus porque sabem Deus está em cada um de nós, está em tudo e em todos... Tudo é Deus. Deus não se encontra numa possibilidade externa, mas na possibilidade do interno de cada um de nós.
O que é preconizado como “Buda” é o Buda histórico Sidarta Gautama, aquele que foi um príncipe do Reino de Sakya e por isto é chamado Buda Sakyamuni. Muitos acham ser este o único Buda.Mas qual é a quantidade de Budas existentes?
Budismo é uma religião? Budismo é filosofia?Budismo é ciência?
Budismo por ser tudo isto segundo a concepção de cada praticante. Pode ser uma Filosofia de Vida de emprego bem prático que não impede que você professe outra religião ou credo, muito pelo contrário nos dá condições através das quatro nobres verdades, do nobre caminho óctuplo, da compreensão sobre os doze elos e outros meios hábeis que mais tarde discorreremos em outros artigos, de sermos melhores cidadãos, melhores profissionais, melhores homens e mulheres.
O budismo nos ensina a tarefa de sermos responsáveis sem culpa.
Culpa e pecado não são palavras empregadas no Budismo. Perdoar deve estar implícito na atitude de vida do budista que deve ser norteada por uma atitude ética implícita nos parâmetros da natureza. O budista sabe que uma aparência é só uma aparência, que as pessoas e situações devem ser olhadas em sua essência sem conceito, comparação ou julgamento, pois todos são iguais, perfeitas e puras apesar da aparência que criam de si e dos outros.
Budismo não idealiza um “reino dos céus” ou outros lugares e estados parecidos após a desencarnação.
Budismo ensina que o Nirvana está na possibilidade do Aqui e no Agora e não em algum lugar ou algo para ser deixado para depois e que é preciso deixar os véus da ilusão (Maya) que turva a nossa visão no Samsara, a roda de nascimentos e morte a que nos submetemos neste plano no exercício kármico.
Budismo ensina que o Karma é o resultado do que fizemos, fazemos e faremos na Terra. “Causa e Condição” ou “Causa e Efeito”. Toda ação produz um resultado, por isto através da Meditação aprendemos a encontrar o estado de “Plena Atenção”, que nos produzirá as condições de produzir um Bom Karma através de ações que produzam o bem para si e para os outros.
O Budismo preconiza a Não Violência a todo e qualquer ser vivente. O Não Matar do Budismo é amplo e irrestrito. Podemos não matar uma idéia de alguém, um animal para nos servir de sua carne e assim por diante.

“...Se queres saber porque te passa assim o teu presente olha o teu passado.Se queres conhecer o teu futuro,olha o teu presente!...(Buda Sakyamuni)


“Estudar o Caminho de Buda é estudar a si mesmo.
Estudar a si mesmo é esquecer-se de si mesmo.
Esquecer-se de si mesmo é ser iluminado por tudo o que existe. Transcender corpo e mente seus e dos outros. Nenhum traço de iluminação permanece e a iluminação é colocada a disposição de todos os seres.”

Mestre Zen Eihei Dogen (1200-1253)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Diferença entre Concentração e Meditação

A DIFERENÇA ENTRE CONCENTRAÇÃO E MEDITAÇÃO

Muito se tem escrito e falado sobre Meditação e Concentração e então podemos estabelecer diferentes premissas do processo de Meditar e Concentrar.
Ciências como o Yoga, tradições como o Budismo e suas várias vertentes tem ao longo de sua história se situado entre estes dois pontos: Meditar e Concentrar.
Mais recentemente a Ciência tem demonstrado interesse e se dedicado sobre este assunto especialmente no tocante a neurofisiologia no estudo das “infinitas possibilidades dos caminhos neuronais” que surgem quando fazemos mão da Meditação e da Concentração que possibilitam o uso de partes do cérebro até então pouco usadas.
É interessante a visão do Yoga Integral de Sri Aurobindo que coloca diferença entre Meditar e Concentrar.
Então temos o que Rolf Gelewski, discípulo de Aurobindo e da “Mãe” Mira Alfassa escreve nas linhas abaixo:
“Concentrar significa centralizar, fazer convergir em um campo, unir em um ponto determinado este ponto passa a ser um lugar de referência para movimentos que se efetuam a seu redor e, desta maneira, a adquirir uma função e poder de orientação; então os movimentos, reagindo a crescente definição e estabilidade do ponto, chegam a se relacionar diretamente com ele, rodeando-o ou convergindo para ele ou se afastando dele, e assim se cria um contexto, uma constelação específica onde o ponto assume a posição de um centro. Todos os movimentos que neste centro convergem trazem para ele e acumulam nele as energias, das quais foram até então, manifestação: transformam-se em potenciais.É por isto que a concentração não significa um estado ou um valor qualquer, mas um estado de intensidade crescida, o valor de uma nova força, um poder – porque é a união de muitas energias em só ponto ou campo.”
Continuando a sorver a água do Yoga Integral temos a definição outorgada por Sri Aurobindo :
“Meditação é uma atividade puramente mental, ela interessa sómente ao ser mental...”
“...A pessoa pode se concentrar enquanto medita, mas esta é uma concentração mental; pode chegar a um silêncio, mas é um silêncio puramente mental, e as outras partes do ser são mantidas imóveis e inativas a modo de não perturbar a meditação...”
Sabemos como o nome já nos diz, A Yoga Integral visa à integração do Homem no seu aspecto do Todo. Corpo Físico, Corpo Mental, Corpo de Energia e Corpo Espiritual devem-se integrar neste Todo que é em essência o Ser Total ou o que Verdadeiro é.
“...conheci pessoas em minha vida cuja capacidade para meditação era notável, mas que quando não estavam em meditação, eram pessoas inteiramente comuns, às vezes gente de mau temperamento, que ficaria furiosa se sua meditação fosse perturbada. Pois eles tinham apenas aprendido a dominar a sua mente e não o resto do seu ser.” ( A Mãe,Mira Alfassa)
Em relação ao enunciado da Mãe podemos nos reportar ao autor Jack Korfield que no seu livro “Depois do Êxtase, Lave a Roupa Suja”,da Editora Cultrix onde relata várias experiências de mestres da Arte de Meditar que depois até perceberem seus samadhis, atingindo o Êxtase, voltaram a vida mundana em todas as suas situações, entrando em choque com seus discípulos, virando alvo da especulação pública.
Podemos então estabelecer a diferença entre Meditar e Concentrar seria uma questão de objetivo. Enquanto concentra em só ponto pode acontecer com um lavrador que ara a terra focando sua atenção na enxada que provoca o sulco no solo visando plantar a semente que dará o sustento na próxima colheita e então ele vive “aquele momento presente”, enquanto um meditador na sua sala de meditação visa concentrar num só ponto mas percebendo as diferentes matizes de sua mente que ocorrem durante a sentada com a finalidade meditativa.Então o meditador tem um objetivo que o de parar,concentrar para depois meditar e lavrador para no seu objetivo o de efetivamente concentrar.Podemos dizer ele é a terra, a enxada, a semente numa perfeita integração. Podemos dizer que o meditador tem o objetivo de perceber-se o “Todo”,observando suas ondulações mentais e sensações corporais independente do foco como por exemplo: ao sentir uma sensação de coceira ele treina percebendo que esta coceira não é ele, não é dele, mas apenas uma percepção impermanente e ilusório fruto de sua projeção mental.
“Concentração, para o nosso Yoga significa que a consciência é fixada num particular estado (por exemplo paz) ou movimento (por exemplo, aspiração,vontade, entrar em contato com a Mãe, tomar o nome da Mãe); meditação e quando a mente está olhando para coisas a fim de adquirir conhecimento correto.” (Sri Auobindo)
O que almejamos com este artigo não é concluir este assunto, mas sim levar a uma reflexão sobre o tema Meditação e Concentração.
Enfatizamos que Meditação e Concentração são grandes possibilidades de levar o Amor e a Compaixão para as pessoas: o meditador na sua sentada oferece a sua meditação ao próximo e irradia o Amor em toda a sua possibilidade para toda a humanidade. Aquele que concentra oferece o fruto da sua concentração ao próximo, e que o trabalho e sua produção resultante deste concentrar atinja toda a humanidade numa prestação de serviço essencial para todos nós.
• As citações de Sri Aurobindo, a Mãe(Mira Alfassa) e de Rolf Gelewnski foram extraídos da Revista Ananda de 1992, da Casa Sri Aurobindo, Belo Horizonte-MG cujo título é: “Concentração:seu valor na vida e no yoga (porque e como concentrar-se”.